29/11/2010

Dietas Hiperprotéicas e emagrecimento

Nesse mês, no New England Journal of Medicine, um jornal científico de impacto internacional, foi publicado um artigo interessante que corrobora com alguns pontos de vista que eu e alguns profissionais que admiro sempre utilizamos como conduta em dietas de emagrecimento. Ou seja, dietas hiperprotéicas são eficientes para perda de gordura e não necessariamente representam grandes chances de ganho de peso pós-dieta de restrição (Larsen e colaboradores, 2010).

Para esse estudo, foram selecionados pacientes em oito países europeus num total de 773, porém 548 terminaram o estudo. Em 26 semanas com uma dieta de 800 Kcal, foram divididos os seguintes grupos: baixa proteína e carboidratos de baixo índice glicêmico, baixa proteína e alto índice glicêmico, alta proteína e baixo índice glicêmico, alta proteína e alto índice glicêmico e uma dieta tradicional como grupo controle.

Nota interessante de frisar é que o grupo que teve menos desistências foi o de alta proteína e baixo índice glicêmico.

A média de perda de peso foi de 11 Kg nos grupos e apenas o grupo de baixa proteína e carboidratos de alto índice glicêmico apresentou ganho de peso após a intervenção. Nesse sentido, as dietas hiperprotéicas e com carboidratos de baixo índice glicêmico se mostraram mais eficiente na aderência ao tratamento e com menores chances de ganho de peso pós-intervenção.

Esses resultados trazem à tona conclusões interessantes de um estudo mais antigo (Shai e colaboradores, 2008), onde os autores se basearam na dieta do mediterrâneo, com muitas fibras e rica em gorduras monosaturadas. Os grupos foram divididos em: baixa gordura com restrição de calorias; dieta do mediterrâneo com restrição de calorias e dieta de baixo carboidrato sem restrição de calorias.

A perda de peso foi de 2,9 Kg para o grupo de baixo carbo; 4,4 Kg para o grupo da dieta do mediterrâneo e 4,7 para o grupo de baixo carboidrato. A taxa colesterol total/HDL diminuiu 20% no grupo de baixo carboidrato e 12% no grupo de baixa gordura, o que representa também ganho em saúde para o grupo que baixou mais os carboidratos na dieta. Esses benefícios se repetiram nos pacientes diabéticos, que estabilizaram taxas de glicose e insulina de maneira superior nas dietas de baixo carboidrato e do mediterrâneo.

Ambos os estudos nos mostram o contrário do que muitos profissionais ainda relutam em adotar como conduta em dietas de emagrecimento. Aliada a exercícios físicos, a dieta hiperprotéica proporciona resultados muito interessantes na perda de massa magra. Como já escutei de alguns autores, nunca se propagou um terrorismo à gordura tão forte como hoje, porém a população nunca esteve tão obesa. É claro que aqui não estamos falando de frituras, gorduras saturadas e hidrogenadas, mas as chamadas gorduras “boas”, como as monoinsaturadas e poliinsaturadas. E também não estamos colocando toda a culpa nos carboidratos, mas sim naqueles consumidos por grande parte da população: açúcares e farináceos refinados, doces... Quando se fala em dietas de baixo índice glicêmico, por exemplo, fala-se de vegetais fibrosos, arroz integral, aveia.

Como visto, outro fator importante, além do emagrecimento por si, é a aderência ao tratamento e ao menor risco de ganho de peso. As proteínas, além de exigirem do organismo uma maior quantidade de energia para ser digerida, também provocam uma maior sensação de saciedade e diminuem aquela sensação de “passar fome” nas dietas tradicionais de restrição calórica.

Referências:

Larsen TM, Dalskov SM, van Baak M, Jebb SA, Papadaki A, Pfeiffer AF, Martinez JA, Handjieva-Darlenska T, Kunešová M, Pihlsgård M, Stender S, Holst C, Saris WH, Astrup A; Diets with high or low protein content and glycemic index for weight-loss maintenance. Diet, Obesity, and Genes (Diogenes) Project. N Engl J Med. 2010 Nov 25;363(22):2102-13.

Shai I, Schwarzfuchs D, Henkin Y, Shahar DR, Witkow S, Greenberg I, Golan R, Fraser D, Bolotin A, Vardi H, Tangi-Rozental O, Zuk-Ramot R, Sarusi B, Brickner D, Schwartz Z, Sheiner E, Marko R, Katorza E, Thiery J, Fiedler GM, Blüher M, Stumvoll M, Stampfer MJ; Dietary Intervention Randomized Controlled Trial (DIRECT) Group. Weight loss with a low-carbohydrate, Mediterranean, or low-fat diet. N Engl J Med. 2008 Jul 17;359(3):229-41.

24/11/2010

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20/11/2010

Estudos sobre creatina - Parte 03 - Miostatina

Mais uma vez, procurando uma melhor compreensão dos mecanismos pelo qual a suplementação de creatina, quando associada ao treino de força (popularmente conhecido por musculação), provoca aumentos na massa muscular, iniciou-se nessa década investigações a respeito de uma proteína chave: a miostatina. Miostatina é uma proteína que, de grosso modo, inibiria o aumento da massa muscular, como se fosse um controle do corpo para a síntese de proteína muscular.
No estudo de Deldicque e colaboradores (2008), durante 5 dias de suplementação, não verificaram nenhum efeito da suplementação de creatina sobre a expressão da proteína miostatina, ou seja, sua expressão diminuiu após o treino de força, independente da suplementação. Nesse estudo, além do curto espaço de tempo na suplementação, o treinamento não foi nada coerente com o que se faz na prática profissional. Ou seja, dez séries de extensão de joelhos em apenas uma perna.
E aqui vai uma crítica minha no que se refere aos estudos sobre treinamento de força: por favor, façam protocolos de treinamento mais condizentes com que se faz na prática; não necessariamente sessões de um culturista, mas no mínimo sessões decentes!
Voltando ao assunto... Em 2010, Saremi e colaboradores realizaram sessões de treinamento com maior volume, de 3 séries de oito a dez repetições de exercícios para o corpo inteiro, três vezes por semana durante 8 semanas. A suplementação de creatina também durou 8 semanas. Aqui foram encontradas diminuições significativas na expressão da miostatina em relação ao grupo controle e ao grupo placebo.
Embora ainda poucos estudos tenham sido realizados nesse sentido, aqui se instala uma linha de pesquisa interessante no que se refere à compreensão dos efeitos da suplementação de creatina.

Referências:

Deldicque L, Atherton P, Patel R, Theisen D, Nielens H, Rennie MJ, Francaux M. Effects of resistance exercise with and without creatine supplementation on gene expression and cell signaling in human skeletal muscle. J Appl Physiol. 2008 Feb;104(2):371-8. Epub 2007 Nov 29.

Saremi A, Gharakhanloo R, Sharghi S, Gharaati MR, Larijani B, Omidfar K. Effects of oral creatine and resistance training on serum myostatin and GASP-1. Mol Cell Endocrinol. 2010 Apr 12;317(1-2):25-30. Epub 2009 Dec 22.

18/11/2010

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Perca gordura e emagreça com Meltdown




Ciência Meltdown: combina a potência sinérgica da queima de gordura dos beta-agonistas (Metil-Sinefrina) e os alfa-antagonistas adrenérgicos (Yohimbina HCl, alfa-Yohimbina e 11-Hidroxi Yohimbina). Em termos mais simples, o meltdown ativa os mecanismos de queima de gordura ao mesmo tempo que bloqueia os mecanismos bioquímicos internos que impedem a queima de gordura, protegendo uma das chaves de queima de gordura corporal, a Norepinefrina. Quando esse efeito ocorre, de queima de gordura é promovida e protegida, chama-se de “efeito sinérgico”. Assim, em vez de fator de ativação 9 + fator de ativação 8, igualando 17 na escala de queima de gordura, esta combinação sinérgica atinge um efeito geométrico de 72!

17/11/2010

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06/11/2010

Estudos sobre creatina - Parte 02 (Função Renal e Hepática)

Agora com a loja de suplementos observei que ainda existe um grande número de pessoas receosas e até com certo preconceito sobre a utilização de creatina como suplemento alimentar. Isso, além de vinculado por diversos meios de comunicação sem embasamento científico algum, também é reforçado por diversos profissionais relacionados ao esporte/nutrição consultados para entrevistas e também em seus locais de trabalho. Por isso, na parte 2 desse estudo sobre creatina que estou expondo aqui no blog, procurei destacar de maneira simples e rápida o grande equívoco que essas pessoas e profissionais estão cometendo. As informações foram colhidas em revisões de literatura e em artigos originais de revistas científicas através do Pubmed (portal de pesquisa científica online).

O trabalho de Gualano e colaboradores (2010) consistiu num estudo de caso em um paciente com baixa taxa de filtração glomerular e com apenas um rim (um deles foi removido). Nesse caso, a suplementação foi de 20 gramas/dia durante 5 dias (fase de saturação) e mais 5 gramas/dia durante 30 dias. Além disso, utilizou-se uma dieta com altas taxas de proteína (2,8 g/Kg peso corporal). Esse e

xperimento em nada alterou a função renal do indivíduo.

O estudo de Robinson e colaboradores (2000) experimentou um tempo mais longo de suplementação, com a fase de saturação e mais nove semanas utilizando 5 gramas/dia. Aqui, novamente, não houve nenhuma alteração de função renal ou hepática com a suplementação de creatina. Os mesmos resultados foram encontrados durante oito semanas no estudo de Cancela e colaboradores (2008) com jogadores de futebol.

Como a suplementação de creatina também é utilizada em pacientes com doenças neurológicas, um estudo (Bender e cols, 2008) realizado com portadores de mal de Parkinson administrou creatina durante 2 anos com uma dose de 4g/dia. Nesse tempo, não houve quaisquer alterações na função renal dos pacientes. Outro estudo, conduzido por Kreider e colaboradores (2003), utilizou a suplementação em atletas saudáveis por 21 meses (primeira semana de saturação, com 20gr/dia; seguida de 5gr/dia até o fim do estudo) e também não houve quaisquer alterações em marcadores de função renal e hepática.

Outro estudo, realizado por Gualano e colaboradores (2008) utilizou altas doses de creatina (10 gramas/dia) durante três meses em indivíduos saudáveis praticantes de atividades aeróbicas. Em nenhum dos indivíduos houve alteração em marcadores de função renal.

O que muitas pessoas e, inclusive médicos, desconsideram é que o fato do aumento da excreção de creatinina pela urina não significa, primariamente, alguma anormalidade na função renal. Caso o paciente faça uso de creatina como suplementação, devem ser solicitados outros exames (Yoshizumi e cols, 2004). Embora Pline & Smith (2005) observaram que as alterações na concentração de creatinina na urina sejam irrelevantes em indivíduos saudáveis.

Em sua revisão bibliográfica, Poortmans & Francaux (2000) também não encontraram estudos relevantes que acusasse qualquer contra-indicação da suplementação de creatina em pessoas saudáveis.

Todos os estudos comprovam o que muitos profissionais necessitam urgentemente saber e, claro, saber pesquisar antes de opinar sobre esse assunto. A suplementação de creatina é completamente segura em indivíduos saudáveis e, até em alguns casos de enfermidades renais (porém, nesses casos, o aconselhável é conversar com seu médico e chegar a algum acordo e, claro, sempre monitorar os marcadores renais e hepáticos através de exames laboratoriais). O interessante também é o reconhecimento cada vez maior da suplementação de creatina em doenças degenerativas e/ou neurológicas.

Por isso, quando alguém lhe falar sobre qualquer malefício desse tipo de suplementação em função renal e hepática, simplesmente peça para esse indivíduo estudar, sendo profissional ou não.

Referências:

Bender A, Samtleben W, Elstner M, Klopstock T. Long-term creatine supplementation is safe in aged patients with Parkinson disease. Nutr Res. 2008 Mar;28(3):172-8

Cancela P, Ohanian C, Cuitiño E, Hackney AC. Creatine supplementation does not affect clinical health markers in football players. Br J Sports Med. 2008 Sep;42(9):731-5.

Gualano B, Ferreira DC, Sapienza MT, Seguro AC, Lancha AH Jr. Effect of short-term high-dose creatine supplementation on measured GFR in a young man with a single kidney. Am J Kidney Dis. 2010 Mar;55(3):e7-9. Epub 2010 Jan 8.

Kreider RB, Melton C, Rasmussen CJ, Greenwood M, Lancaster S, Cantler EC, Milnor P, Almada AL. Long-term creatine supplementation does not significantly affect clinical markers of health in athletes. Mol Cell Biochem. 2003 Feb;244(1-2):95-104.

Poortmans JR, Francaux M. Adverse effects of creatine supplementation: fact or fiction? Sports Med. 2000 Sep;30(3):155-70.

Robinson TM, Sewell DA, Casey A, Steenge G, Greenhaff PL. Dietary creatine supplementation does not affect some haematological indices, or indices of muscle damage and hepatic and renal function. Br J Sports Med. 2000 Aug;34(4):284-8.

Yoshizumi WM, Tsourounis C. Effects of creatine supplementation on renal function. J Herb Pharmacother. 2004;4(1):1-7