16/06/2010

Estudo científico sobre Pré-treino NO-Shotgun

Effects of 28 days of resistance exercise and consuming a commercially available pre-workout supplement, NO-Shotgun®, on body composition, muscle strength and mass, markers of satellite ell activation, and clinical safety markers in males.
Brian Shelmadine, Matt Cooke, Thomas Buford, Geoffrey Hudson,Liz Redd1, Brian Leutholtz and Darryn S Willoughby.

O estudo procurou determinar os efeitos de 28 dias de treino de força intenso combinado com o suplemento nutricional NO-Shotgun na composição corporal, força e massa muscular, marcadores de ativação de células satélites e marcadores clínicos sanguíneos para verificar a segurança durante seu uso.
Para isso, 18 homens realizaram um protocolo de treinamento de força quatro vezes por semana durante 28 dias, sem experiência prévia nessa modalidade de treinamento. Eles foram divididos em 2 grupos, onde ingeriam 27 gramas por dia de placebo (PL) ou NO-Shotgun (NO) trinta minutos antes da sessão de exercícios.
A massa muscular aumentou em ambos os grupos, sem diferenças na água corporal total ou na gordura corporal. Contudo, a massa magra aumentou em ambos os grupos, mas em maior magnitude no grupo NO (1,69% no grupo PL e 4,75% no grupo NO). A força muscular para o exercício supino reto aumentou em maior magnitude no grupo NO. O conteúdo de proteína muscular também apresentou maior aumento no grupo NO, assim como alguns fatores de crescimento muscular (por exemplo, fator de crescimento do hepatócito, entretanto o IGF-1 aumentou em ambos os grupos). Nenhuma diferença foi encontrada nos marcadores químicos clínicos sanguíneos.
Os resultados demonstram que o NO-Shotgun, combinado com o treinamento de força, contribui positivamente para aumentos de força e massa muscular, conteúdo de proteína muscular e diversos marcadores de crescimento que são indicativos de ativação de células satélites. E, sem nenhuma alteração química nos exames de sangue, o NO-Shotgun mostrou completa segurança em seu uso.

Suplementação de Creatina

J Physiol 573.2 (2006) pp 525–534 525
Creatine supplementation augments the increase in satellite cell and myonuclei number in human skeletal muscle induced by strength training
Steen Olsen, Per Aagaard, Fawzi Kadi, Goran Tufekovic, Julien Verney and Jens L. Olesen,Charlotte Suetta and Michael Kjær

Esse estudo investigou a influência da suplementação de creatina e proteínas na freqüência das células satélites e no número de mionúcelos (núcleos de células musculares) no músculo esquelético humano durante 16 semanas de treino de força intenso. Trinta e dois indivíduos saudáveis do sexo masculino (19-26 anos) compuseram a amostra e receberam (duplo-cego) uma bebida com creatina (CRE), ou proteína (PRO) ou placebo (PL). A suplementação foi fornecida diariamente, com 6-24 gramas de creatina monohidratada (CRE), 20 gramas de proteína (PRO), além da bebida para o grupo PL. As biópsias musculares foram obtidas no início do estudo e nas semanas 4 e 8 e 16. As sessões de treinamento de força era realizadas 3 vezes por semana.
Em todos os grupos houve um aumento na proporção de células satélites, porém o maior aumento foi encontrada no grupo CRE nas semanas 4 e 8. Na semana 16, não houveram mais aumentos nesse número. Porém, no grupo PRO e PL, a proporção de células satélites continuou aumentando, mas ainda assim no grupo CRE a proporção ainda era maior. Além disso, a
suplementação de creatina resultou num maior número de mionúcleos por célula e por volta de 14-17% na área de secção transversa do músculo nas semanas 4,8 e 16. Em contraste, o grupo PRO demonstrou aumentos na secção transversa do músculo mais tarde, na semana 16 (8%) e o grupo PL no início, porém apenas 4% de aumento. No grupo CRE encontrou-se uma correlação positiva entre área de secção transversa do músculo e mionúcleos. Com isso, mais um estudo demonstra que a suplementação de creatina amplia as alterações decorrentes do treinamento de força com relação ao número de células satélites e concentração de mionúcleos, permitindo assim um maior crescimento muscular em resposta do treino de força.

Suplementação de Leucina e treinamento intenso

Mero A.
Sports Med. 1999 Jun;27(6):347-58.

Leucina, isoleucina e valina, os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), compõe cerca de um terço das proteínas musculares. Desses aminoácidos, a leucina tem sido a mais estudada porque sua taxa de oxidação é maior que da isoleucina ou da valina. A leucina também estimula a síntese protéica e está intimamente associada com a liberação de precursores da gliconeogênese muscular (conversão de aminoácidos em glicose), como a alanina. Uma diminuição significante nos níveis plasmáticos ou séricos de leucina ocorre após sessões de atividades aeróbicas (11 a 33%), anaeróbicas láticas (5 a 8%) e treinamento de força (30%). No músculo esquelético, há uma diminuição nos níveis de leucina e uma redução nos estoques de glicogênio durante o exercício aeróbico exaustivo.
Os níveis séricos basais de leucina em jejum diminuem em 20% durante 5 semanas de treinamento de velocidade e de força em atletas treinados, que tinham uma ingestão protéica de 1,26g/Kg do peso corporal. O conteúdo de leucina nas proteínas variam entre 5 e 10%. Há sugestões de que a ingestão recomendada de leucina na dieta atualmente será aumentada de 14 mg/kg do peso corporal/dia para um mínimo de 45 mg/kg do peso corporal/dia para indivíduos sedentários, e maior para aqueles que treinam intensamente, a fim de otimizar as taxa de síntese protéica corporal.
O consumo de BCAA (30-35% de leucina) antes ou durante o exercício aeróbico pode prevenir ou diminuir a taxa líquida de degradação protéica, pode melhorar a performance física e mental e pode ter um efeito poupador na degradação de glicogênio muscular. Contudo, a suplementação de leucina (200mg/kg do peso corporal) 50 minutos antes do exercício aeróbico não apresentou efeitos na performance. Durante 5 semanas de treino de força e velocidade, a suplementação de leucina em 50 mg/Kg do peso corporal/dia, com uma ingestão protéica em 1,26g/Kg do peso corporal/dia, parece prevenir a diminuição dos níveis de leucina em atletas treinados. A suplementação de um metabólito da leucina, o beta-hydroxi-beta-metilbutirato (HMB), 3g/dia em humanos que realizavam um intenso treino de força resultou em aumentos na massa livre de gordura, além de melhoras nos níveis de força. A quebra de proteína muscular (proteólise) também diminuiu com o HMB, acompanhado de níveis mais baixos de enzimas marcadoras de lesão muscular e uma média de 50% no plasma dos níveis de aminoácidos essenciais (indicando menor degradação protéica).
Além disso, a suplementação de BCAA (76% de leucina) em combinação com restrição energética moderada tem mostrado induzir a uma significante e perda preferencial de tecido adiposo visceral e permite uma manutenção de um alto nível de performance física. Atenção deve ser dada ao interpretar o número limitado de estudos nessa área, uma vez que, em muitos deles, a leucina foi completada como parte de uma mistura de BCAA. Consequentemente, mais investigações sobre os efeitos da suplementação isolada de leucina se fazem necessárias.
Comentário:
- O artigo citado mostra diversos benefícios da suplementação de leucina, além da sua concentração no tecido muscular. Com isso, verifica-se a importância da ingestão desse aminoácido, assim como todos os aminoácidos de cadeia ramificada, ou seja, aqueles que o músculo utiliza preferencialmente como fonte de energia. O único momento em que a suplementação de leucina não se mostrou eficaz foi durante os exercícios aeróbicos, excetuando quando combinado com outros aminoácidos de cadeia ramificada, já que a suplementação de BCAA melhorou performance física e mental, além de poupar o glicogênio muscular durante atividades aeróbicas. Os maiores benefícios na suplementação de leucina se dão nos atletas de força e velocidade, demonstrando diminuição da degradação protéica, poupando proteína muscular durante o exercício e na recuperação e, como consequência, aumentos na massa magra e força muscular.